Conheça os projetos da "Palavra Desenhada"

Letrívoras

Projeto da Palavra Desenhada- produção e processos em escrita literária.
Resenhas, prosas, poesias e devocionais.
Acompanhem! (desde janeiro.2015 até agora)
Toda honra e glória a Deus. Venha o Teu Reino, volta logo, Jesus!

domingo, 27 de dezembro de 2015

Eles grudam de inveja nas asas de borboletas...

Há focos tão maldosamente certeiros que nos tornam cegos. No texto anterior tratei a respeito do perigo da falta de objetividade, mas agora quero falar de algo que julgo muito mais perigoso: os “coaching`s da vida”.

Alguns, assim como seus “facilitadores” já estão vesgos de tanto focar e buscar o foco do foco. Ficaram apertados, espremidos nesta selva angustiada de seres competitivos. Sua expansão vive espremida e a liberdade nunca ficou tão apertada. O fato de tomar e delimitar o espaço, aperta e controla, mas ainda vicia. É o desespero deste excesso de objetividade que mata a criatividade. Não há espaço para além do que foi definido, e se quero sair por um momento e até mesmo me alimentar noutros lugares, isto é proibido. Tenho neste foco que permanecer preso pra sempre, até exaurir todas as possibilidades do que me foi exigido, sendo que tudo isto muitas vezes tornou-me desnecessária. 

Tem gente que é vesga de coaching, mas ainda assim mal encontra o seu nariz. Estas são as que mais me detestam, já tive algumas assim, e quando viram minha liberdade, em desespero queriam abarcá-me, mas como abraçar a extensão de liberdade? Antes abraço, mas era laço. 

Graças a Deus pude me afastar para que meus espaços voltassem a ser livres. Claro que preciso de definições, mas elas, assim como eu, somos e precisamos ser evolutivas, de maneira que esta fluidez me transforme sempre em algo melhor, mesmo que os objetivos pareçam ter mudança.

Esta é a dança vida, da criatividade, em que o controle está a favor da evolução, não o contrário. Quero aprender a ser livre e objetiva, mas necessariamente aberta para voar nos espaços que devo estar e caminhar, para quem sabe, como uma dançarina da vida poder definir-me: objetivamente livre!


"Os coaching`s vesgos 
estão tão focados no foco do foco
que nesta aparente objetividade
grudam invejas nas asas de quem exala 
objetividade criativa.

Os livres os insultam  
ao negarem esta competição 
e ainda serem capazes de dançar 
numa liberdade objetiva..."





terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Reflexão acerca de meus espaços e possibilidades


Viver em tantas possibilidades também te faz não ser possibilidade de ninguém. Uma liberdade sem objetivos te faz ficar sozinho, sem escolhas nem pra ser escolhido. E isto se refere a qualquer área da vida. Uma das mentiras que mais me seduziu foi carregar uma aparente solicitude, que era nada mais, nada menos, que falta de propósitos.

Esta falta de objetivo é a nossa mente preguiçosa que prefere ir vivendo enquanto ainda há outros que estão escolhendo. Não que tenhamos que viver preocupados, e há focos tão maldosamente certeiros que nos tornam cegos. Porém, por outro lado nossa falta de objetivo nos faz alvo de todos os lugares, bons e ruins, sem nos dar clareza e discernimento sobre os tais.

Se não tenho flechas, as que a vida me entrega não são nem melhores nem piores; se eu não tenho objetivos claros, sou a possibilidade de qualquer um, ou de qualquer coisa. Aceito tanto o sim quanto o não, como se ambos me dessem a mesma resposta.

Amo possibilidades, abertura, liberdade espaçosa. Ser espaçosa tem muito de suas vantagens, mas há também aquele espaçoso egoísta, quando ao querer o espaço do outro, dou também abertura para me invadirem. Então percebo que há coisas na vida que preciso fechar; amarrar, nutrir, costurar pra depois abrir.

Que minha multiplicidade seja das coisas criativas, mas que coisas sejam apenas coisas, específicas a ponto de delimita-las e nomeá-las, para quem sabe, deixar que elas entrem em minha vida. 

A vida fast food, apressada e preguiçosa de nossos dias

Tem sempre aquela comida que é preparada rápida, temos pressa e ela vem também ofegante. Os temperos são parecidos, mas viciam. O vício é necessário não só para o preguiçoso, mas pra quem vive correndo. 

Engraçado porque a imagem a principio parece antagônica: enquanto um é lento, o outro ágil, embora ambos partam do mesmo princípio. Mesmo tendo falta ou aparente excesso de objetividade, tanto o preguiçoso quanto o apressado fazem as coisas mal feitas.  

Temos preguiça em fazer um prato com diversidade de sabores, em criar uma horta e selecionar quais temperos plantar e escolher. É assim também que ocorre no desenrolar da vida, este novelo tecido em prato de palavras. Novelo mal feito, embolado e cheio de nós, de nós mesmos. Armadilhas e confusões que nós mesmos criamos.

Mas ainda assim preferimos pegar algo pronto, que vem com brinde dos “MEC felizes”, um “joinha” às comidas que encontramos na vida, elas nos olham e acenam afirmativamente. Nossa mediocridade já parece satisfatória.Curtimos esta vida apressada e ao mesmo tempo preguiçosa, caminhamos mal e lentamente diante daquilo que realmente tem valor. 

Curtimos e descurtimos as coisas, a vida e as pessoas como quem passeia no shopping e pede um prato pronto, rápido, em série e sem sabor; cheio de ansiedade, angústia e fome. Pratos esfomeados, para quem sabe um dia no desespero deste acúmulo de lixo, a gula e o exagero nos saciem. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

No espelho de tanta humildade... arrogância!

Estava pensando em como não suporto gente que se sente superior aos outros. O quanto isto parece pequeno, imaturo, desumano. Alguns realmente acreditam ser melhores e mais importantes, seja por motivo de aparência, inteligência, status ou qualquer outro quesito.
Mas sou confrontada com meu coração enganoso que disfarça até as mais sinceras bondades. Destas, sinto-me superior ao arrogante pois me julgo bondosamente mais humilde. Tanto que sinto ser melhor que este sujeito carregado de si mesmo. Mas neste espelho também estou carregada deste louvor a minha humildade, em não me sentir melhor que ninguém, na certeza de que estou além desta pobreza espiritual. 
Quão pobre sou ao nem mesmo naquilo que creio, ser tão suja quanto estes que julgo arrogantes. Quem me livrará de mim mesma? Quem vai sondar meu coração ao me intrigar diante da bondade que há em mim confrontada com a maldade que julgo haver outro?
 Então Cristo me entrega um espelho e perante Ele eu me vejo uma mulher arrogante, mesmo que bondosa e espiritualmente sincera, mas justamente por assim me sentir com relação ao outro, uma pobre arrogante. 
Espelho, espelho dos outros? Espelho, espelho meu... 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Das paixões: solidão e solitário


Solidão é diferente de ser solitário. 

Solidão é entender a delícia de estar só e ser sua melhor companhia, sem precisar ser sempre com o outro. Mas o solitário vive sozinho, porque mesmo cheio de outras pessoas está cheio e cansado de si.

Por isso que uma pessoa solitária é muito chata, ela vai ser sempre sozinha. Pode ser casada ou solteira, viúva, com ou sem amigos, sem ou cheia de filhos. Não importa, esta é a sua essência; sempre estará buscando companhia, não pela pessoa que participa de seus momentos, mas apenas pra não se sentir só.

Viver com alguém assim é entregar-se a todo instante, mas nunca ser o suficiente. Você se desgasta e perde as energias e ainda recebe o angustiado olhar de reprovação: por que você me abandonou?

Se quiser autonomia, esqueça do solitário. Isto pode parecer muito maldoso, principalmente quando se trata de um amigo, namorado, ou seja o que for. Mas saiba que ele dificilmente vai te esquecer e vai te cobrar toda vez que o fizer senti-lo desamparado. 

O solitário precisa de ajuda, deixe-o por alguns momentos pra que ele encare a si mesmo e veja quem realmente é quando não há os outros ao seu lado. 

Pra terminar este texto com uma sugestão: veja se não é você o solitário. A vida consigo mesmo também pode ser maravilhosa. Não me interprete mal, isto não significa que não precisemos do outro, mas antes de qualquer coisa que esteja ao nosso redor, precisamos da plenitude de nós mesmos.

Quem sabe ser sua melhor companhia não precisa dos outros o tempo todo pra preencher a si mesmo. Esta auto satisfação consigo alimenta também aqueles que o rodeiam, pessoas agradáveis geralmente são assim.

Saiba viver a plenitude da solidão pra não precisar se afastar de si mesmo, clamando e reclamando pelo outro. 

Senhora violão

Lá vai a moça com seu violão nas costas, tão cheia de violão que mais parecem um só. É seu segredo com o violão, ninguém sabe, mas ela não o toca, ainda a espera de entender alguns acordes, é um namoro sério. 
Enquanto o violão passeia pelos parques, olhares respeitosos riscam cordas numa dança de tablaturas. Lá vai ele passeando com sua “senhora de 6 cordas”.
Espera que um dia este namoro se desenvolva, quem sabe é com este instrumento que vai se casar. Destes, já teve vários namoros, mas nunca os escolheu, todos foram bons para com ela, sons e timbres dignos de um “felizes pra sempre”, mas nenhum a desposou musicalmente.
Mas agora sua voz precisa de algo mais sério. Antes a solidão dos acalantos davam conta de suas paixões musicais, mas hoje estas melodias, antes cheias de si cantam solitárias, um pouco vazias, chamando por um parceiro. 
A voz era só, mas nesta solidão era feliz. A voz era eu mesma e como amigas, nestes acalantos nos entendíamos. Mas a voz agora canta só e se encosta só no canto de uma música que começa a ficar solitária. 
Então a voz pede cordas, cordas vocais querem tocar as do violão e minhas costas agora começam desejar estas harmonias.

Antes era só voz, agora, serei senhora violão. 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Quando Deus nos empresta sua eternidade

        Existem momentos que Deus nos empresta sua eternidade. É gostoso parar e ver o tempo congelar-se em nossas mentes, quando determinadas situações permanecem em nossas memórias.
       Tenho aprendido a entender melhor o conceito da eternidade com o grupo "Jujubas", que desenvolve capelania hospitalar no Hospital de Clínicas em Curitiba. Somos uma equipe liderada pelo pastor Ericsson, em que a primeira visita foi iniciada no dia 02 de agosto de 2015. Apesar de estarmos juntos apenas há quatro meses, temos a impressão de que sempre estivemos trabalhando com capelania hospitalar.
      Interessante quando estas situações acontecem e é por isso que aprendo mais sobre a eternidade divina. É quando o tempo para enquanto estamos fazendo algo que é permanente e este momento continua sendo eternizado em nossas mentes. É quando nos olhamos e sabemos que fazemos parte de algo que parece ter sempre existido e este pertencimento se naturaliza de tal forma, parecendo que sempre estivemos juntos. Creio que é assim que Deus faz quando a vontade Dele acontece em nós: Ele nos empresta o tempo Dele, mas qual é o tempo divino senão a eternidade? Então ele nos revela sua eternidade nestes momentos, pequenos gestos que alimentam nossa memória muito mais que tantas realizações que possamos ter. Este tempo absoluto alimenta meu tempo natural. Minha humanidade precisa aprender com a eternidade divina e reaprender todos os dia que o tempo real é aquele que permanece, e que esta realidade do tempo só acontece quado faço por Cristo e em nome Dele. 
      Que as minhas memórias sejam sempre alimentadas pela eternidade, eu não tenho mais tempo pra perder com minhas memórias egoístas, que de diluem apenas em realizações pessoais e se perdem na sua quase inexistência. Tenho fome desta eternidade enviada por Deus que me ensina sobre o meu lar futuro e me revela o que é ser eterna já aqui neste mundo terreno, que torna meu tempo abundante, vida e tempo em abundancia, os quais só podem ser emprestados e saboreados por Jesus.
    Obrigada lindas jujubas e pastor Ericson por me ensinar em nome de Jesus um pouco mais sobre a eternidade. 




Juliana Bumber, jujuba amarela...