Existe uma beleza
que
a arte não consegue contemplar;
que
a música nunca ouviu,
que
a matéria nunca apalpou;
que
os sentidos nunca se impressionaram,
que
o movimento nunca dançou;
que
os olhos nunca viram,
que
o entendimento nunca compreendeu.
É
um ideal que Platão desejou desejar,
mas
nem seu mundo das idéias
conseguiu
torná-lo idealizável.
Por
ser um belo inaudível,
impalpável
e invisível,
muitos
dizem que ele nunca existiu,
mas
é que sua existência é tão e tanta
que
nem toda a expressão
e
toda a linguagem juntas
conseguirão
começar a descrevê-lo.
Mas
esse belo se tornou vivo
e
se expressou entre nós,
passou
a nos falar,
a
nos comunicar,
a
nos ver e ouvir
e
pode viver em nós;
para
que vejamos o invisível,
compreendamos
o incompreensível,
e
ouçamos o inaudível;
porque
tudo isso
se
resume numa coisa só:
seu
amor,
que
é tão incompreensível
quanto
sua beleza.
Mesmo
Ele sendo
o
belo absoluto
nos
amou num amor
que
só sua beleza inalcançável
pode
alcançar alguém
como
eu e você.