Conheça os projetos da "Palavra Desenhada"

Letrívoras

Projeto da Palavra Desenhada- produção e processos em escrita literária.
Resenhas, prosas, poesias e devocionais.
Acompanhem! (desde janeiro.2015 até agora)
Toda honra e glória a Deus. Venha o Teu Reino, volta logo, Jesus!

sábado, 27 de outubro de 2018

Cura e ferida, parte II- as desculpas e a necessidade em permanecer doente

 Jesus olha para um homem coxo que está há muito tempo naquela situação. Então faz a pergunta: quer ser curado? Mas por que este homem estava há tanto tempo assim? Ele por acaso gostaria de estar naquele estado? Para muitos, a doença é necessária para se permanecer onde está. A doença, seja qual for, é a desculpa para não haver mudança.

Como um desencargo de consciência, o coxo vai até o tanque de Betesda, como se dissesse para si mesmo: eu estou fazendo a minha parte, estou procurando a cura, a culpa é dos outros que entram no tanque no meu lugar. A sua tentativa diária em ir ao tanque é o aparente desejo da cura. Mas quando Jesus pergunta sobre aquilo que ele tanto procura, não há resposta, nem sim, nem não. A resposta são as desculpas. E assim estava vivendo o coxo anos naquela doença.

Há muitos que fazem terapias, tomam remédios, dentre outras coisas para poder dizer que estão fazendo sua parte para o processo da cura, quando a própria pessoa não quer necessariamente ser curada, prefere permanecer nas suas doenças, sejam elas quais forem.

Mas agora vem o momento mais importante desta história, a pergunta de Jesus: quer ser curado? Note que este homem não responde por ela. Ao mesmo tempo que ele permanece doente, não se reconheceu doente, ou pelo menos, não era culpa dele. Se a resposta foram as desculpas é porque ele não achava justo sua doença, então não se trata mais da cura, mas da injustiça que ele se vê diante da doença.

Por que você não passou naquele concurso? uma desculpa, nem sim, nem não. Por que não terminou aquela meta? outra desculpa. Perceba que para quem tem desculpas, a culpa nunca será dele, mas do outro e das circunstancias. O problema é que pra esta pessoa nunca haverá o não, muito menos o sim.
Esta pessoa sempre estará doente e ainda, para poder amenizar a si mesmo, fazendo sua parte para sair daquela situação. Mentem para si mesmas, porque não querem de fato serem curadas.

Esqueça as desculpas, ou todos os esforços, sejam eles verdadeiros ou aparentes para sair desta situação. Responda agora para Jesus: sim ou não? é muito melhor do que fugir e permanecer como está!


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Cura e ferida, parte I: a fome da ferida

Até quando você terá fome da sua própria ferida? O que te faz não querer ser curado, mas abrir esta mágoa que estava começando a se cicatrizar? Por que nao acredita que pode receber o presente da cura? Que desculpas precisa pra necessitar de uma ferida sempre aberta? E se ela se fechar, talvez você até procure por outra. Não tem mais jeito, ou você é curado, ou aceita que está dependente desta doença. 

Qual o nome desta ferida? mágoa? preguiça? vontade de desistir? ou é algo que já morreu, mas que deseja ressuscitar? para de querer ressuscitar o que já está morto, por que viver deste passado agora inexistente? por que ressuscita em seus pensamentos esta perda?  Se você errou no passado, o agora pode ser o acerto. Na mágoa, estas más águas só vão fortalecer o que te faz doente. A água da gratidão não se move com as águas da amargura.

Se nos alimentamos do passado, não existe presente. Sem o presente, não há futuro. Para se alimentar do seu vício, a ferida novamente se abre, você arranca estes cascas e as engole como se fosse comida. Assim você nunca será cicatrizado e sempre ficará doente. Quem sabe o caminho agora é admitir que precisa de ajuda para ser curado desta obsessão e desculpa de ser manter doente, ferido.

Em João, capítulo 5, de 1 ao 8, Jesus quer curar um paralítico. Mas este homem começa se desculpando por estar doente.  Ele era mais fraco que os outros, não consegue se aproximar do lugar em que a água se move para receber a cura. Mas quando Jesus é o que pergunta se ele quer ser curado, o homem não responde nem que sim, ou que não, suas respostas são apenas as desculpas. Se não houvessem estas desculpas, ele estaria curado? não é mais uma questão de querer ou não estar curado, mas de se desculpar por estar no atual estado. 

A água que te move, movimenta a sua dor ou a sua cura?  Como você está diante das suas feridas? dando desculpas? ou respondendo sim a Jesus, movimentando-se para o mover de Cristo. Jesus agora mesmo te olha e pergunta: você quer ser curado? 

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Dois livros e o tempo?

Diário de escrita. Dois livros ao mesmo. Mas bem verdade, produção de um livro e organização de outro. Pouco, bem pouco tempo. 4 horas na semana. Outras prioridades.

Dois livros, um nascendo, outro há muito tempo nascido. Preciso fazer outras coisas e esquecer deste momento Litério. A vida não carrega tantas horas, precisamos dilui-la em obrigações, chatices e até mortes de segundos. Nossos segundos agora estão morrendo? Creio que para muitos sim. Para que seus segundos vivam ou melhor, venham a ressuscitar, ore. Mas não para qualquer Deus, somente um Deus poderá de fato ressuscitar os seus segundos perdidos numa vida apática e sem sentido.

Pouco tempo para escrever os livros. Deus, me ajude a ouvir as duas palavras que dançam entre estes dois livros. Falta a ilustração do anterior.

Se o senhor é dono das horas, daquelas que estão além e aquém do relógio, desperta-Me! Preciso ouvir o desenho do teu relógio ritmado em meus ouvidos: quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Clarice Lispector- a descoberta do mundo

Clarice Lispector me mostra o que descobre em seu mundo, ou o que ela chama de mundo- a descoberta do mundo. Produção sabatina no Jornal do Brasil de 1967 a 1973.  Mais de 700 páginas de puras descobertas. Ou descobertas não tão puras assim, por serem redesenhadas numa leitora que precisa se afastar de Clarice. 

Sem timidez agora

Minha timidez é avassaladora. Sofro a necessidade de ser. Mostra-me ao mundo é como se precisasse me dar á luz. Vou nascendo para este mundo cheio de olhos, enquanto que vou morrendo para a solidão. 
Mas se estou "me dando a luz", não é também um ato interior? O externo ainda permanece interno- dar-se à luz. 
Aqui neste espaço virtual por exemplo, sinto-me só, sem parir a mim mesma. Mas sei que isto é ilusão, talvez alguém leia este texto, embora esqueça. Nem penso agora em leitor. Estou só e sem pensar em timidez. Às vezes prefiro estar aqui, que no público, quando falar e mostrar meus livros. Ou finja que este espaço seja melhor, pois não sou vista, não me dou a luz. Sem luz, sem me deixar ser vista e como na Bíblia, sem mostrar minhas rugas. Daquelas que tenho em defeitos, formas e monstruosidades.  

domingo, 21 de outubro de 2018

Clarice Lispector é sempre "a primeira vez".

Não sei se Clarice é boa para mim. Talvez seja até uma fuga literária. A paixão em ler Clarice Lispector pode me trazer males que nem conheço. Ou ainda, mudar meu jeito de escrever. Mas Clarice ainda continua viva em minhas leituras. Talvez um dia morra, ou só comece a dormir. Por enquanto, leio e releio Clarice, alguns dos seus contos e crônicas parecem precisar de novas leituras e não sei se por distração, sempre ler Clarice é como se fosse a primeira vez. Aqui estou lendo "A descoberta do mundo", como se fosse a primeira vez, como se eu estive abrindo a foto das letras de Clarice.  

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O giz do professor

O tempo apaga o giz, mas o giz do professor torna o tempo diferente.
Reage diante do apagador e reforça o conhecimento.

O tempo apaga o giz, mas nunca o nome do professor,
este mestre, sacerdote de sacerdotes, que apesar do pouco reconhecimento
continua sendo escrita no tempo sua maestria.

Esse tempo de giz, desenho e palavras de professor,
este mestre que também sou, apesar de eterna aluna,
tenho comigo este giz que desenha meus ensinos
enquanto sou ensinada.

Feliz dia do professor.

Se o tempo apaga o giz,
o giz se reescreve no tempo
e eterniza esta profissão. 

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O excesso de futuro no livro em processo

Uma coisa que angustia creio eu, muito "escritor ilustrador" é a demora da finalização do livro.
E depois, o que este resultado espera? Principalmente quando se é o primeiro livro a ser publicado.

Tenho um excesso de futuro, amplificado com 10 anos de passado, na espera deste livro. Enquanto vou ilustrando, e a demora é imensa, vejo esta soma de passado e futuro a um presente que me deixa ansiosa. Voltar-me num presente sem passado e futuro é quase impossível_ não vejo a hora!

Mas aqui continuo eu no processo da ilustração, enquanto o texto aguarda por suas imagens. Ele grita e me chama a todo tempo, acordo, durmo e como os textos exigindo suas imagens. Depois de publicado, é o livro que vai gritar por ser ecoado entre os espaços que Deus irá me colocar, creio eu.
E o livro vai gritar com meus personagens, com minha voz vai cantar a sua existência, suas profecias que serão lidas _ que assim seja, meu Deus.

Este é o meu excesso de futuro "hoje". Este "hoje" será de quanto tempo? Enquanto estou trabalhando, aguardo o que será neste livro o "amanhã".