Lá
vai a moça com seu violão nas costas, tão cheia de violão que mais parecem um só. É seu segredo com o violão, ninguém sabe, mas ela não o toca, ainda
a espera de entender alguns acordes, é um namoro sério.
Enquanto o violão passeia
pelos parques, olhares respeitosos riscam cordas numa dança de tablaturas. Lá vai
ele passeando com sua “senhora de 6 cordas”.
Espera
que um dia este namoro se desenvolva, quem sabe é com este instrumento que vai
se casar. Destes, já teve vários namoros, mas nunca os escolheu, todos foram
bons para com ela, sons e timbres dignos de um “felizes pra sempre”, mas nenhum a
desposou musicalmente.
Mas agora sua voz precisa de algo mais sério. Antes a solidão dos acalantos
davam conta de suas paixões musicais, mas hoje estas melodias, antes cheias de
si cantam solitárias, um pouco vazias, chamando por um parceiro.
A voz era só,
mas nesta solidão era feliz. A voz era eu mesma e como amigas, nestes acalantos
nos entendíamos. Mas a voz agora canta só e se encosta só no canto de uma
música que começa a ficar solitária.
Então a voz pede cordas, cordas vocais querem
tocar as do violão e minhas costas agora começam desejar estas harmonias.
Antes
era só voz, agora, serei senhora violão.
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