Minha timidez é avassaladora. Sofro a necessidade de ser. Mostra-me ao mundo é como se precisasse me dar á luz. Vou nascendo para este mundo cheio de olhos, enquanto que vou morrendo para a solidão.
Mas se estou "me dando a luz", não é também um ato interior? O externo ainda permanece interno- dar-se à luz.
Aqui neste espaço virtual por exemplo, sinto-me só, sem parir a mim mesma. Mas sei que isto é ilusão, talvez alguém leia este texto, embora esqueça. Nem penso agora em leitor. Estou só e sem pensar em timidez. Às vezes prefiro estar aqui, que no público, quando falar e mostrar meus livros. Ou finja que este espaço seja melhor, pois não sou vista, não me dou a luz. Sem luz, sem me deixar ser vista e como na Bíblia, sem mostrar minhas rugas. Daquelas que tenho em defeitos, formas e monstruosidades.
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