Se
a preguiça é falta de objetividade, posso ser esforçada sem ser assertiva, o
que acaba me fazendo uma preguiçosa muito batalhadora. Que luta as batalhas das
novas possibilidades, mas não as batalhas com força de objetividade.
Então
devo não ser só preguiçosa, mas uma louca preguiçosa! Trabalho
intensamente, mas às vezes sem clareza ou objetividade, o que anula grande
parte deste esforço. E assim disfarço minha preguiça, medo que tenho em ser
assertiva, de fazer algo com clareza, objetividade e maestria. Melhor me
esconder nesta mediocridade e ir fazendo as coisas superficialmente, mas ainda
assim, muito esforçada, como é o caso de estar escrevendo este texto.
Agora mesmo me pergunto: pra que este blog? Pra que este texto? Mas ainda assim, eu insisto, e me insisto, e por ainda assim, ser muito esforçada, disfarço-me. É por isto que este pecado é tão perigoso, ele se anula. Ou seja, preguiça não anula apenas os afazeres assertivos, mas também ao próprio preguiçoso que muitas vezes se esconde no seu emaranhado de afazeres desfocados. Desinteressados ao que deveria ser do interesse deste preguiçoso. Mas por este sujeito se o que ele é, não faz. Ou protela. Procrastina e não vê a si mesmo, perdendo inúmeras possibilidades.
Mas continuo declarando-me preguiçosa. Insisto neste pecado.
Delicio-me nele e e neste pensamento desfocado que se alimenta de vazios e sai
por aí fazendo e desfazendo coisas. Infelizmente existe um glamour em se
esforçar preguiçosamente, em ser esta forma disfarçada, mas ainda assim,
intensa e insuportavelmente preguiçosa. Quem me conhece, que me aguente... Ou
não!
Juliana Bumbeer
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