Engraçado como a preguiça muitas vezes parece menos
perigosa que outros pecados capitais. E este pecado, além da gula, são os que
ultimamente tenho me dedicado em analisar, esmiuçando-os nas suas várias
possibilidades, quem sabe para me auto analisar, pois são meus pecados
favoritos!
É como se a sociedade naturalmente nos perdoasse quando nos
damos ao direito de não querer fazer ou agir em determinadas circunstancias.
Como se nos déssemos o direito a um "bônus", diante de tanto caos e
estresse que passamos nas diversas áreas da vida, que nos damos ao prazer de
não fazer, quando deveríamos fazer. Não agir, quando a ação assertiva, não a
simples ação, faria toda a diferença naquele momento, e quem sabe, daria outro
rumo em nossa vida.
A preguiça como qualquer outro pecado capital, é também
carregada de mentiras. E dessas falsas aparências, ela nos envolve e nos leva
para outras instancias de pecados, como o mal da vaidade, por exemplo:
“E de tanto correr e parar, correr atrás de objetivos e ao
mesmo tempo parar para olhar a mim mesma, canso-me. Entrego a preguiça a sorte
da vaidade e de um esforço quase que incontrolável e por gula, deixo de ser
preguiçosa. Volto aos objetivos, levanto-me e me percebo alimentada por outro
desejo, o da vaidade. E por não me respeitar mais, já antes carregada de
preguiça, desconhecendo meu lugar, corro atrás daqueles objetivos vaidosos.
Há preguiça em ser preguiçosa, principalmente quando a
vaidade, escondida, disfarçada de uma clara objetividade e dedicação vem e
engole a preguiça, revelando-me nesta luz de lúcifer, tão clara para estas
trevas, tão suja de mim mesma, tão vaidosa.
E a preguiça não mais é, porque a gula a devorou e agora só me sobra aquilo que estive sendo dentre meus três pecados favoritos: compulsiva e preguiçosamente vaidosa!”
Juliana Bumbeer
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