Ela era tão rica, que era pobre. Já havia nascido com tanta abundância que quando recebia algo, não sabia receber, devolvia. Além de pobre, desconhecia sua própria fome. Sabia contar a si mesma, e nesta soma, colava-se para parecer uma inteira, mas não passava de sobras.
Tão rica, que era pobre, mas carregava em si uma pobreza egoísta. Pensava que certas abundâncias alimentariam sua alma, mas de tão pobre, havia nela tanta fome que comia sua alma em grandes quantidades. O corte, a fome e a pobreza eram sua qualidade. Por isso até hoje desfila como quem tem muito, e ainda causa inveja alheia.
Juliana Bumbeer
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